O fim da digitalização

Com o início do século XXI, já é visível o fim da era digital: experts prognosticam que por volta do ano 2020 a tecnologia do silício não conseguirá mais ser miniaturizada. Até lá, a capacidade de crescimento das tecnologias digitais continuará a crescer, os chips se tornarão ainda mais rápidos, menores e mais baratos: a “Lei de Moore” (nomeada por causa de Gordon Moore, um dos co-fundadores do conglomerado americano Intel) estabelece que a quantidade de transistores que compõem um chip de silício dobra a cada 18 a 24 meses e seu preço se divide pela metade (Knop, 2003). Como esta lei não pode ser infinita, procura-se pesquisar novos sistemas de cálculos biológicos. Estes podem ser construídos como semelhantes ao DNA humano e serão – quando forem utilizados – novamente possíveis de resolver problemas análogos.

Vista desta forma, a era digital terá apenas uma fração mínima na história do desenvolvimento da humanidade, já que foram apenas algumas décadas. Durante este tempo foram e serão modificadas fundamentalmente as nossas relações com os produtos digitais. Isto é visível e experimentável em praticamente todos os aspectos de nossa vida.

Após a constatação, no século XX, de uma mudança de paradigmas e de direções no design – lembramos a “virada linguistica”, a “onda semântica” ou a “virada visual” – mostra-se para o século XXI uma tendência ainda mais espetacular: agora o homem mesmo estará no centro das atenções – fala-se de uma “virada biológica”. O filósofo alemão e professor de mídias em Karlsruhe, Peter Sloterdijk (2001), fala das novas “antropotecnologias” que se atêm a toda a humanidade. Como as experiências de sucesso de clonagem de animais e após ser decifrado o DNA humano, caíram os últimos bastiões, a configuração de seres humanos já é visível. O corpo humano está em foco, e não apenas da ciência.

Texto retirado do livro “História, Teoria e Prática do Design de Produtos”, de Bernhard Bürdek. Editora Edgard Blücher, 2006.

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